Pecados e virtudes capitais profissionais

Pecados e virtudes capitais profissionais

“Há tempos atrás, escrevi sobre alguns pecados capitais que agiam na esfera do trabalho profissional. Na revista Você S.A. de novembro de 2012, saiu uma reportagem excelente sobre o tema, ela inspirou-me a reescrever sobre este tema.

Os sete pecados capitais são tão antigos quanto o cristianismo. Eles foram formalizados no século VI pelo papa Gregório Magno, com base as Epístolas de São Paulo, definiu os sete principais vícios de conduta: gula, luxúria, avareza, ira, inveja, preguiça e soberba. Só se oficializou na Igreja Católica no século XIII, com a Suma Teológica, documento publicado pelo teólogo São Tomás de Aquino. O termo “capital” deriva do latim caput, que significa cabeça, líder ou chefe, o que quer dizer que as sete infrações são as “líderes” de todas as outras. Sendo que do ponto de vista teológico, o pecado mais grave é a soberba, afinal é nesta categoria que se enquadra o pecado original: Adão e Eva aceitaram o fruto proibido da árvore do conhecimento, querendo igualar-se a Deus.

E qual a relação no trabalho destes pecados? 

Pecado da Gula:

O profissional que assume mais trabalho do que pode realizar, ou aquele gestor que não delega nada aos subordinados, este profissional comete o pecado da gula. Ele acredita que só ele pode realizar a tarefa, quando na verdade não pode.

A virtude:

É preciso saber que você não pode dar conta de tudo, a divisão social do trabalho serve exatamente para distribuir as tarefas entre os membros da equipe, além de usar as habilidades e conhecimentos de cada membro da equipe para que sejam mais produtivos. Além disto, é preciso entender que a vida não é só trabalho, você precisa se divertir também, largue esta compulsão pelo trabalho ela não é saudável.

Pecado da Luxúria:

Apesar de o ambiente profissional não ser o local adequado para isto, há pessoas que se vestem de odo muito sensual para ir ao trabalho. Usam-se saias curtas, decotes exagerados, camisetas coladas… Isto provocará, com certeza, situações constrangedoras para a pessoa ou seus colegas.

A virtude:

A organização deve ter um código de conduta que estabeleça claramente que este tipo de comportamento não é aceitável, sob a pena de demissão. Ora a pessoa é contratada pelos seus atributos de conhecimento, habilidade e atitude, se ela se veste inadequadamente para o ambiente profissional, isto deve ser comunicado a ela, é por isto que muitas organizações usam uniformes.

Pecado da Avareza:

As pessoas que anseiam por ganhos exorbitantes em detrimento do próximo, eles sempre querem receber mais que os outros, são as chamadas avarentas, ou gananciosas. A ganância faz com que muitas pessoas adotem práticas escusas para conseguir bens materiais e isto é danoso para qualquer negócio, outro fato é que ela é individual.

A virtude:

Há uma diferença sutil entre ambição e ganância. A ambição é saudável, pois está ligada à superação, faz a pessoa crescer, ela compartilha os ganhos, assim todos na empresa ganham. O sucesso deve ser sempre coletivo.

Pecado da Ira:

Quem nunca perdeu o controle que atire a primeira pedra, mas gritar, discutir em voz alta, ameaçar, dar socos na mesa o tempo inteiro não é um comportamento saudável. É sempre mais saudável controlar as emoções, isto não significa que não devemos tê-las, mas os momentos irados são sempre acúmulos de situações mal resolvidas entre profissionais dentro da empresa. Parece que as pessoas são muito mimadas e birrentas, ou são muito egoístas a ponto de acharem que só elas são capazes. Assim, este acúmulo de frustações poderá gerar a ira.

A virtude:

É verdade que ninguém é robô, mas se aprendêssemos a ser adulto já seria grande passo. A grande verdade é que como a empresa não adota relacionamentos adultos, não muitas vezes uma definição clara dos comportamentos desejados, então há muito ais espaço para a ira. Ter equilíbrio emocional é um bom caminho, isto não significa ter “sangue de barata”, mas autocontrole ajuda a manter vivo e bem empregado.

Pecado da Inveja:

A inveja é um desgosto provocado pelo sucesso ou prosperidade do outro. Aquele profissional que acredita que foi preterido pelo superior na promoção e começa a fazer de tudo para que aquele que foi promovido não seja bem sucedido. É muito comum nas empresas isto acontecer e as pessoas sempre se perguntam: Por que ele e não eu? Claro que há situações injustas, como o sujeito que é promovido porque é amigo do dono ou do gerente, mas isto também faz parte do jogo afinal relacionamento interpessoal é importante.

A virtude:

Caso você esteja esperando ser promovido e não o foi, significa que a outra pessoa tem qualidades que não são vistas em você. Então procure o dono da empresa ou gerente e pergunte o que lhe falta para atingir este estágio, que conhecimentos, quais habilidades e principalmente quais as atitudes você precisar adquirir para alçar voos mais altos. 

Pecado da Preguiça:

A preguiça originalmente não tinha nada com a relação no trabalho, mas sim era aquela pessoa que não se esforçava para salvar a alma. Hoje e dia está diretamente relacionada com a aversão ao trabalho, é uma pessoa que deixa para amanhã o que pode fazer hoje, é a chamada procrastinação, isto é, é o adiamento sistemático na realização de tarefas. Transfere para o colega a decisão, transfere para o governo o estado atual das coisas, ou seja, os outros é que devem fazer aquilo que lhe pertence.

A virtude:

Você precisa aprender a controlar seu esforço físico e mental. Alterne entre o supremo esforço para realizar com excelência sua tarefa com momentos de ritmo mais lento. Nenhum motor trabalha no máximo o tempo todo, afinal você precisa ter ócio também, então tire dias em fará menos, mas cumprirá efetivamente todas as tarefas daquele dia com eficácia. Valorize seu ócio, mesmo quando a empresa não tem uma cultura de trabalhar por resultados, apenas pela marcação do ponto.

 

Pecado da Soberba:

De todos os pecados capitais este é o mais perigoso, pois faz com que a pessoa perca seu senso de humanidade para se sentir um Deus. A soberba, arrogância ou presunção faz com que uma pessoa possa colocar a vida de si mesmo, ou de outro colega em risco, principalmente quando se trabalha em áreas de extremo risco de acidentes. Num multiverso tão grande, por que você acredita verdadeiramente que “é o cara”? Geralmente este tipo de comportamento traz danos irreversíveis, às vezes, para uma organização. Achar que algo é maior que outro é uma estupidez. As pessoas que atingem o sucesso têm que cuidar muito bem deste estado emocional. Se você quer saber se uma pessoa é soberba, espere ele estar numa situação de inferioridade e ele imediatamente fará aquela ação de dar uma carteirada: Você sabe com quem está falando? Eu estou mandando, ou aqui quem manda, sou eu! Você já viu quantos diplomas eu tenho seu pirralho! A janela é minha e ponto e acabou!

A virtude:

É preciso lembrar que a colheita é fruto de um conjunto de fatores que não são somente seu e que nem tudo depende de você. É preciso lembrar sempre que você passará e o mundo ficará aí, as montanhas, os rios, os mares, as florestas, as coisas têm valor hoje, mas amanhã não. Então baixe a bola, por que por mais genial que você possa ser, lembre-se você é finito. Alguém aí se lembra do arquiteto, ou engenheiro que projetou as pirâmides, pior que relevância isto teria hoje?

Carpe Diem e bons negócios!”

Celso Negrão


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